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Alice Walker
"Os animais do mundo existem pelas suas próprias razões.
Não foram feitos para os humanos.
Assim como os negros não foram feitos para os brancos.
Nem as mulheres foram criadas para os homens".

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Raças Potencialmente Perigosas - Se sou a imagem e a semelhança do meu dono, porque é que eu é que sofro o preconceito?


Raças Potencialmente Perigosas

(pitbull)

"Olha para mim... Olha para os meus olhos... Vês a minha alma? Vês? Não? Não? Claro que não... Porque é que eu ainda me admiro e espero que consigas ver a minha alma? Porque é que eu ainda anseio que consigas respeitar-me e amar-me? É tudo uma simples ilusão... Amas-me nos primeiras meses de vida, mas depois sou apenas uma ferramenta que só pode ganhar... Uma ferramenta que se perder é posta algures por aí sem acesso a água nem a comida... E depois escolhes outra ferramenta, outra ser igualmente ansioso de ter amor como eu... Outro ser que se perder vai pelo mesmo caminho que eu...Outro ser tornado ferramenta...
 
 (pitbull)

Eu sou a ferramenta da diversão e dos ganhos do meu dono, eu sou o ser que defende o meu dono com unhas e dentes... Porque eu amo o meu dono, será que ninguem vê isso? Não me julguem por ser agressivo... Não me julguem por ter força... Se me amares e me ensinares a amar eu não vou magoar ninguem.. A menos que essa pessoa te magoe... Por favor, se para o meu dono eu sou ferramenta, pelo menos para ti sociedade deixa-me ser um cão, deixa-me ser um ser vivo... deixa-me conhecer o amor! O verdadeiro amor!


 (rottweiler)

Eu tenho força sim... Muita força de facto, não posso negar isso, é algo que me faz diferente dos outros cães e é também por culpa dessa estúpida força que eu sou ferramenta de luta! Mas cabe a ti decidir se queres usar a minha força como arma, ou se queres usar a minha força como escudo... Cabe apenas a ti...! Como qualquer outro cão, eu sou inteligente e obediente... Como qualquer outro cão eu amo o meu dono e defendo-o! Como qualquer outro cão eu convivo com crianças sem as magoar... Como qualquer outro cão eu brinco com cuidado para não te magoar...! Não me faças aquilo que eu não sou... Sou um Pitbull? Sou... Mas tu é que decides se eu sou o Pitbull meigo e sociável, se sou o Pitbull agressivo e solitário... Só tu!"

 (dogue argentino)

Só nós sociedade, é que decidimos o que é bom e o que é mau. Somos nós que tornamos os nossos cães no que são e somos nós os culpados pela sua atitude. Não julgue o cão porque ele matou uma criança, afinal o cão irá ser abatido. Julgue o dono que deverá ser punido e muitas vezes não é! E depois? Depois adopta um novo animal, um novo animal que não irá conhecer o amor, um novo animal que será agressivo e poderá matar outra criança, um outro animal que se o fizer... será abatido! 

(pitbull)

E este ciclo continua...! Enquanto o dono não for punido como realmente deverá ser, nunca irá perceber que ter um pitbull (ou qualquer outro cão deste porte e com esta força) não é ter um pitbull só porque é "fixe" e dá "cenário", ter um pitbull é muito mais que isso. Ter um pitbull é provar à sociedade que a sua raça "potencialmente perigosa", é na verdade uma raça de "prováveis vitimas de maus tratos". E que a lista de perigosos não se deverá chamar "Raças potencialmente perigosas", mas sim  "Pessoas potencialmente perigosas como donos!". Isto é ter um cão de raça "potencialmente perigosa" e isto é saber amá-lo e respeitá-lo!!
(dogue argentino)

(Campera - Pitbull)
Esta é a Campera, uma cadela que foi tratada pela União Zoófila. Esta menina foi vítima de negligência, de maus tratos e principalmente de fome. Esta menina, provavelmente perdeu uma luta e foi largada por aí sem acesso a água nem a comida... Felizmente alguém com coração encontro-a e pediu ajuda à União Zoófila para que a salvasse. Embora todos quiséssemos que isso acontecesse, tal não foi possível... Apesar de meses de tratamento e indícios de melhorias, a Campera não resistiu e ao fim de 2 meses deu por terminada a sua luta.

União Zoófila:
"O que sabemos é que à Campera foram disponibilizados todos os cuidados médico-veterinários com a intenção de salvar-lhe a vida.
O que sabemos é que a Campera quase não tinha vida. 
Naquele corpinho martirizado pela fome, pela sede, pela negligência, pela indiferença só havia vontade. 
Mas nem toda a vontade, nem toda a medicação, nem todo o cuidado podem vencer tanto sofrimento acumulado ao longo de tanto tempo.
Nem toda a vontade, nem toda a medicação, nem todo o cuidado puderam resgatar à morte aquele corpinho martirizado também pela Leishmaniose não tratada e causadora de danos irreparáveis nos rins.
O que sabemos é que, provavelmente, nunca a Campera foi tão mimada, tão abraçada, tão beijada, tão amada, tão respeitada na sua qualidade de ser senciente, capaz de sentir dor e prazer, como durante os dias que passou na União Zoófila.
A luta da Campera acabou mas a nossa continua e continua também por causa dela.
(A tua luta acabou, Campera, e como lutaste, brava guerreira! Em tua memória, a nossa continua, amiga.)
"
Foi este o olhar que os seguidores da Campera conheceram durante tanto tempo. Foi este olhar que nos fez acreditar que ela iria melhorar. É este o olhar de um animal que toda a vida não soube o que era ser amada, tratada, abraçada e respeitada, e que hoje apesar de não ter aguentado a luta agradeceu com certeza todo o amor que a União Zoófila lhe pode dar.

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