Esterilização em animais:
A população animal está
constantemente em crescimento e o número de animais vadios / abandonados é cada
vez mais assustador. Para algumas pessoas o abandono de animais é culpa dos
donos, mais ainda que assim seja, o crescimento da população animal é também
uma das causas para que exista tantos animais abandonados. O nível de animais
abandonados é tanto, que chega a não haver espaços suficientes para que todos
eles possam ter direito a uma casa.
O facto de não haver um número suficiente de famílias dispostas a acolher animais, tem como consequência o sofrimento e o extermínio anual de muitos milhares de
animais em Portugal. Este grave problema não se resolve com associações de
proteção animal, nem com abrigos para animais. O problema tem que ser
revolvido desde a raiz, isto é, educando as pessoas para que as mesmas esterilizem os seus animais, impedindo que se reproduzam descontroladamente.

Se os cães e os gatos foram selecionados e “criados” pelo Homem, ao
longo de milhares de anos, para que tivessem determinadas caraterísticas e para que fossem dependentes de nós, então nós somos os
principais culpados pela sua
superpopulação! Cabe a nós assumir a responsabilidade de inverter a situação.
O Estado e os Municípios atuam
através de abate de animais que ninguém quer, mas esta solução para
além de desrespeitar em absoluto a dignidade dos animais, é completamente
inútil e ineficaz.
*Realidade Portuguesa:*
Em Portugal, a população de cães e de gatos cresce descontroladamente
dia após dia. Este aumento descontrolado resulta não só de animais vadios,
mas principalmente de animais que vivem ao cuidado de alguém. Infelizmente, são
ainda demasiadas pessoas que não se
importam com a reprodução dos seus animais e acham “desumano” a esterilização. Muitas vezes, a desculpa usada é: “se
fosse comigo, eu não gostava”... Esta é de facto, uma desculpa absurda, já que nós temos o poder de controlar o número de filhos que pretendemos ter, ao contrário dos nossos animais. Segundo a WSPA (Sociedade Mundial Para a
Proteção dos Animais), uma única
cadela, com uma vida reprodutiva de 6 anos, poderá dar origem a 6000
descendentes; uma gata, em apenas 2 anos, poderá deixar 2000 descendentes.
O destino destes animais é frequentemente incerto! Muitas ninhadas nascem nas
ruas, outras são mortas por afogamento (situação ainda muito comum no nossos
país),“despachadas” para adotantes irresponsáveis, “enfiadas”
dentro de sacos de plástico e “atiradas” para o lixo onde acabam por sufocar ou então simplesmente largadas por aí. Uma coisa é certa: este ciclo é vicioso e a maiorias destes
bebés irá dar origem a novos bebés que terão igualmente um destino incerto. A história repete-se vezes sem conta, resultando em mais animais nas ruas, mais animais abandonados, mais animais vítimas de abuso e maus-tratos, mais animais atropelados e mais animais abatidos nos canis e gatis municipais.

Infelizmente, por maior que seja o nosso esforço e desejo, o número de animais que nasce e que é adotado por uma família responsável é sem sombras de dúvidas muito inferior que o número de animais que acaba nas ruas. Infelizmente, grande parte deste número de animais vadios acaba morto num canil/gatil, simplesmente porque ninguém os quer. A grande maioria dos animais mortos nos canis/gatis não são idosos, não estão doentes, não são agressivos, não estão feridos… Muito pelo contrário, são jovens, ativos, brincalhões, bem-dispostos e dóceis.
Não será mais racional e humano evitar-se o nascimento de tantos animais? Não faz nenhum sentido deixar nascer ainda mais animais sem que tenhamos antes ajudado aqueles que já estão nas ruas ou nos abrigos e nos canis/gatis municipais a aguardar a possibilidade de terem uma família.
- · Em que é que consiste a esterilização?
A esterilização consiste numa
operação cirúrgica com a finalidade de remoção dos órgãos com funções exclusivamente reprodutoras. A esterilização
não causa nenhum mal físico nem psicológico aos animais e em geral estes ficam mais calmos. A esterilização é a decisão mais humana para o grave
problema que temos hoje em dia - superpopulação de animais.
Nas fêmeas, a esterilização tem como
finalidade o removimento do útero e dos ovários (ovariohisterectomia), evitando
assim que as fêmeas tenham o cio.
Nos machos, a esterilização
consiste na retirada dos testículos (orquiectomia).
Existem ainda procedimentos
alternativos que impendem a fecundação (a laqueação das trombas no caso das
fêmeas e a vasectomia no caso dos machos). Estas cirurgias têm um acesso mais difícil
e não oferecem vantagens comportamentais (as fêmeas continuam a ter o cio e a
atrair os machos e os machos continuam a querer acasalar as fêmeas). Contundo,
no caso dos cães, não implicam as potenciais desvantagens de saúde associadas à
orquiectomia.
- · Esterilizar um animal não é ir contra a o que é natural?
Os animais de estimação foram
selecionados e “criados” para terem as caraterísticas que têm hoje em dia e
como tal dependem de nós para sobreviver. Não existe nada de natural em comerem
ração, irem ao veterinário ou dormirem dentro das nossas casas, mas estas são as formas mais responsáveis
que temos para tratar deles. Deste modo a forma que temos de prevenir que
nasçam mais ninhadas é através da esterilização. Evitando o nascimento de animais que poderão vir a ser abatidos, viver acorrentados ou simplesmente largados por aí.
- · Mitos ligados à esterilização:
Existem alguns mitos ligados à
esterilização de animais, entre eles está a necessidade de uma gata / cadela
ter uma ninhada antes de ser esterilizada ou um cão / gato ter de acasalar
antes de ser submetido à esterilização. Pelo contrário, há vantagens para a
saúde em esterilizar as fêmeas antes do primeiro cio. A vida sexual dos animais
segue ritmos biológicos e padrões instintivos, ou seja, o acasalamento é
motivado por uma questão hormonal, e não psicológica.
- · Porque esterilizar se consigo encontrar lar para todos e para além disso, não é uma ninhada que faz a diferença!
Mas e se a sua gata tiver 6
bebés? E se a sua cadela tiver 8 cachorrinhos? Será que consegue mesmo arranjar
donos para todos? Para além disso, é preciso ter em conta que a pessoa a que
poderá estar a entregar um bebé pode não ser responsável o suficiente para
impedir que este venha mais tarde a reproduzir-se. E quem irá evitar a
reprodução dos filhotes desse filhote? Você estará lá para assegurar lar para
todos? Claro que não, e mesmo que esteja, é impossível assegurar lar para todos
os filhotes que nascem, porque simplesmente não existem famílias para todos e muito menos famílias verdadeiramente
responsáveis.
Por outro lado, muitos desses
cães e gatos acabam acorrentados no quintal ou esquecidos na varanda,
abandonados nas ruas, vítimas de abusos e maus-tratos, abatidos em canis/gatis
municipais, etc.
Sem falar nas inúmeras pessoas
que têm animais enquanto são bebés por estes serem considerados “fofinhos”. Mas
muitas vezes o simples facto do animal crescer
mais que o desejado leva a que seja abandonado. Ou se o animal roer uns
sapatos favoritos ou fizer xixi na carpete pode facilmente ser entregue num
canil/gatil municipal.
Há que ter em conta que uma
ninhada faz a diferença sim! Porque se todos nós pensarmos que uma ninhada não
faz a diferença, então serão ninhadas atrás de ninhadas e este ciclo não terá
fim. Para além do mais, o nascimento de mais uma ninhada pode comprometer outra
ninhada que já tenha nascido e que aguarde uma família.
- · Porquê esterilizar os machos, se só as fêmeas é que dão à luz?
Para que nasça uma ninhada é
preciso que haja um macho e uma fêmea. Enquanto uma fêmea tem em média 3 a 4
ninhadas por ano, um macho engravida milhares de fêmeas por ano. Uma grande parte
do número de animais atropelados consiste em machos não esterilizados, em busca
de uma fêmea no cio.
- · Porquê esterilizar se posso dar anticoncepcionais?
É verdade que se pode prevenir a
gravidez com anticoncepcionais, mas estes não são de todo recomendáveis. Até
pode parecer uma alternativa atraente a curto prazo, mas estes métodos de
contracepção podem prejudicar seriamente a saúde das gatas/cadelas ao
contribuir para o desenvolvimento de tumores ou infeções.
Apesar de criarem a ilusão de que
sai mais barato, ao longo do tempo a soma de todas as compras ultrapassa em
grande o valor de uma esterilização.
- · O meu animal vai engordar depois da esterilização?
A esterilização pode aumentar o
apetite com a alteração hormonal, mas ele só engordará se lhe der de comida em
demasia. O excesso de peso é perfeitamente controlável com uma dieta balanceada
e com estímulos para a prática de exercício.
- · O meu cão vai perder o instinto de proteção se for esterilizado?
A esterilização não altera em nada a personalidade do seu cão nem afeta o seu instinto natural de proteção da família. Por outro lado, sendo esterilizado, o seu cão terá menos tendência a fugir. Repare que o seu cão não o poderá proteger ou avisar de perigos se estiver a vaguear pelas ruas à procura de fêmeas no cio.
(Saiba mais em:
http://www.azp.pt/ficheiros/Esterilizacao.pdf
www.esteriliza-me.org )
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